Quarta-feira, 23 de Abril de 2008

Dia do Livro

Para uns é apenas papel com letras destinado a apanhar pó. Para outros, nos quais me incluo, é uma história, um mundo, um universo, uma forma de me abstrair à minha vida quando a detesto e não a quero viver nem por mais um segundo (aviso: isto não é frequente e eu não tenho qualquer tipo de problemas existenciais;).

Leio frequentemente. No dia-a-dia, leio de noite, na cama, à luz de um candeeiro e, ou adormeço, o que não abona muito a favor do livro, ou gosto do livro e passo a noite acordado. Se tiver tempo, disposição e o livro for viciante, é bem provável que me encontre a ler durante os tempos mortos do dia. Nas férias... nas férias é outra conversa! Leio no sofá, na cama, na praia e por todo o lado. Menos à noite. Essa fica reservada para outras actividades.

Para eu gostar de um livro ele não pode apenas ser bom. Tenho de ler, imaginar, pensar e sentir aquela magia: o indescritível odor da alma dos livros. Já houve livros aos quais atribuí méritos, mas dos quais não gostei por aí adiante (Memorial do Convento, O Perfume). E há livros que amei do princípio ao fim e que muitas pessoas nem passaram dos primeiros capítulos (Kafka à beira mar). Não tenho um género especial pelo qual me sinta atraído. Gosto de alguns autores e para descontrair leio clássicos policiais, mas gosto de imensos géneros literários, para todas os gostos e idades. Tenho 17 anos (não me julguem já, continuem a ler...), quase 18, e tenho um gosto que deliberadamente me envia para livros de adultos. Não foi uma, nem duas vezes que me enviaram aquele olhar de "Tem a certeza? É uma leitura complicada...". E eu detesto dicionários... Meus amigos, complicado é Saramago que não se percebe nada!  Por outro lado, adoro livros juvenis, para 14, 15 anos, se tiverem qualidade. Tenho de ultrapassar a linguagem simplista que me faz lembrar Nicholas Sparks, mas menos "lamechas" e depois começo a ler com vontade.

E porque é que há pessoas que avaliam livros? Que criticam? Que lhes dão notas? Já tive uma ideia contrária, mas agora penso que isso está errado. Que devemos dar opiniões. Quem somos nós para decidir se um livro é bom ou mau quando o vizinho tem uma opinião completamente diferente? Por exemplo, uma crítica que publiquei aqui no Criticando sobre o livro O Sentido da Noite mostrava que eu adorava o livro. No entanto dei-lhe a nota 4/5, que nem é nada má, mas... mas esse livro não me saiu da cabeça passado uns dias, umas semanas, uns meses, até agora! Fiquei ressentido com o fim e roubei um ponto. Estou arrependido, pois estou! E isto para dizer que outra forma de avaliar um livro e outros tipos de arte é a sua resistência ao tempo.

Estou totalmente eclipsado por um livro chamado A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón. É um livro sobre um livro e contem com uma crítica... ups... uma opinião para breve. É daqueles livros que nunca na vida me lembraria de comprar, mas que me aconselharam e, depois de lhe dar uma oportunidade, fiquei apaixonadamente vidrado.

Podia dar a desculpa que não postei ontem porque quis adiar o post para o dia do livro. Estaria a mentir. Simplesmente não tive aquela... Como se diz? Inspiração!
sinto-me:
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publicado por Ricardo às 22:05
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4 comentários:
De luxxx a 24 de Abril de 2008 às 03:48
Muito bom, Rikardo. Em cada palavra, frase, parágrafo, nota-se a tua paixão por livros, algo que é cada vez mais raro nos dias que correm.

Desde que me lembro de mim, não consigo passar sem ter ao pé de mim um conjunto de páginas. Se os jogos ficam em casa quando vou de viagem, para mim seria completamente impensável não levar um livro.

Adoro o cheiro dos livros novos. Amo a alma dos livros muito usados. O tacto. O virar a página. A pensamento "é só mais um capítulo", pensamento esse que já dura há vários capítulos atrás.

Nada supera o bater rápido do coração quando o primeiro parágrafo nos prende de imediato. E a sensação de saudade que nos toma de assalto logo após termos terminada AQUELA obra.

São dúvida, são um dos principais alimentos da minha alma.


De Borboleta a 25 de Abril de 2008 às 18:03
Também li "A Sombra do Vento". Livro fantástico...


De quilhas a 27 de Abril de 2008 às 13:39
Gosto de ler, embora não leia tanto quanto deveria. O tempo tem que ser dividido pelos jogos, livros, musica e pintura. Neste momento estou a ler o Rio das Flores.


De blackburn a 30 de Abril de 2008 às 22:52
leio muito pouco e tive a infelicidade de ir a feira do livro com o rikardo , ele venera os livros, ao menos o rikardo arranja uns bons policiais para eu ler
fica bem


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