Quarta-feira, 30 de Abril de 2008

A Pesca

Falei com uma pessoa, uma mulher, e,  infelizmente ou não, respondi honestamente à pergunta que ela me fez. "Que tipo de raparigas gostas?". Ora bem, têm de ter personalidade, ser um pouco inteligentes, dar para conversar e, por último mas mais importante, ser aquilo que os trolhas costumam chamar de "gaja boa".

Ela ficou chocada. Não me via como um rapaz com "esses gostos". É assim tão mau querer um pedaço de carne, salvo seja, que seja engraçadinho? Tenho muito pena das mais feiinhas, mas caramba! Também sou adolescente, com bons olhos, e, visto que não uso óculos, aparelho, não tenho grandes defeitos faciais e não sou aleijadinho, procuro uma coisa jeitosinha.

Será que estou a ser muito superficial? Será que olhar, admirar e procurar a beleza é mau? É imoral curtir com as boas, namorar com as boas e inteligentes e mandar sorrisos simpáticos em código "é tudo o que vais receber deste barco, querida" aos espécimes menos atractivos?

Será que a Mona Lisa teria o mesmo sucesso se a mulher do quadro fosse avó? Será que a Venus de Botticelli seria tão apreciada se fosse menos colorida? Não fazemos o possível para ter a casa arrumada? Não gostamos dos parques com as melhores flores? É insensato comparar objectos e sítios a pessoas? Talvez.

Mesmo assim, o homem não pode ignorar o seu instinto mais primitivo. Os homens procuram as mulheres boas, estas escolhem os melhores e deixam os outros para as menos apetrechadas com as quais os homens menos apetrechados têm de se contentar. É claro que há excepções. É muito chato ver aquele tipo feioso com aquela que parece ser a mais boa da praia. "Deves ser pobre, deves..."

Espero não magoar os sentimentos de ninguém, nem provocar nenhuma onda de feminismo à porta de minha casa. As minhas palavras não constituem teorias, muito menos teses. São apenas ideias soltas com as quais posso concordar ou não amanhã. Mesmo assim...

...eu vou continuar a usar a minha filosofia e a esperar que resulte. Pode ser que tenha sorte. Afinal, mais vale um bom peixe na cabeça, que um peixe mau na boca. E que frase horrível que eu acabei de inventar!  Mais tarde contem com uma análise detalhada ao primeiro contacto macho-fêmea, também conhecido como "engate".

"Não sei se me engana Helena,
se Maria, se Joana;
não sei qual delas me engana.

Uma diz que me quer bem,
outra jura que mo quer;
mas em jura de mulher
quem crerá, se elas não crêem?
Não posso não crer a Helena,
a Maria, nem Joana;
mas não sei qual mais me engana.

Uma faz-me juramentos
que só meu amor estima;
a outra diz que se fina;
Joana que bebe os ventos.
Se cuido que mente Helena,
também mentirá Joana;
mas quem mente não engana."

Luís Vaz de Camões
sinto-me:

publicado por Ricardo às 22:24
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7 comentários:
De blackburn a 30 de Abril de 2008 às 23:12
so espero q ela nao tenha validade :)


De Ricardo a 30 de Abril de 2008 às 23:17
Eu vou ser o mais rápido possível!


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